15 de julho de 2004

DO NADA

Quando se olha com atenção o panorama das pessoas que se conhecem, de ver falar na televisão ou de ler nos jornais, fixamo-nos frequentemente no apelido. Não é por acaso. A esmagadora maioria desses nomes já era conhecido nas gerações anteriores. Frequentemente, desde a queda do Marquês de Pombal.
Pensei nisto, enquanto procurava no dicionário da Academia a forma correcta como se escrevia uma palavra. E se eu não tivesse dicionário? Ou dinheiro para um computador, com corrector ortográfico, para as dúvidas mais básicas? Sem querer dar a imagem do alpinista (porque eu estaria a falar da busca do conhecimento e nos tempos que vivemos isso significa apenas fazer madeixas, não olhar a meios e subir em direcção ao fogo que queimará), ainda vou lembrando que é mais fácil atingir o cume com um casaco quentinho e umas botas adequadas.
Por isso, quando vejo alguém que conseguiu produzir uma obra contra todas as dificuldades económicas, sociais ou de qualquer outra natureza simples, não posso deixar de o/a valorizar.
É tão fácil conjugar bem os verbos quando o papá e a mamã (e ainda bem para eles) são licenciados e o avô e a avó tinham a casa cheia de livros...
E contudo...

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